sexta-feira, 26 de abril de 2013

HISTÓRIA CULTURA E PENSAMENTO (LE GOFF)


História - Cultura e Pensamento
CULTURA E PENSAMENTO
Jacques Le Goff: a paixão pelo medieval
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Jacques Le Goff 
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Ainda menino, aluno em Toulon, cidade do sul da França onde nasceu em janeiro de 1924, o futuro historiador Jacques le Goff encontrou o seu destino. Depois de ter lidoIvanhoé, a mais famosa novela histórica de Walter Scott, nunca mais deixou de interessar-se pela Idade Média. A tal ponto que, ao completar 80 anos em 2004, foi universalmente reconhecido, juntamente com Georges Duby e Le Roy Ladurie, como um dos maiores Medievalista da França do após-Segunda Guerra Mundial.
Um homem da elite pensante


Castelo d´Usse, no Loire
Jacques Le Goff pertence ao supra-sumo da elite intelectual francesa. Sua carreira desde os primeiros bancos escolares até os escalões superiores, foi uma crônica de ascensão intelectual e institucional. Estudou na Escola Normal Superior de Paris, centro de formação dos quadros do magistério francês, depois de ter completado os primeiros anos escolares no não menos famoso Liceu Louis-le Grand, na qual entrou em 1944, época em que Jean-Paul Sartre, outro egresso da Escola Normal tornava-se o ex-aluno mais famoso da França e um dos primeiros filósofos do mundo do após- Segunda Guerra Mundial.
Era uma época de grandes mudanças e a pesquisa histórica não podia ficar longe delas. Na França, desde os finais dos anos vinte, crescia em influência a chamada École des Annales, liderada por um pequeno grupo de historiadores reformistas, reunidos ao redor de Marc Bloch e Lucien Febvre que, desde 1929, vinham publicando uma revista (Annales d'histoire économique et sociale), que tinha por objetivo afastar a historiografia da sua dependência para com a política, como era o gosto da corrente positivista (ainda largamente hegemônica).
Outros temas deviam servir de interesse ao historiador. Novas campos de pesquisas deveriam ser abertos, graças a impulsão da arqueologia, que não se limitassem mais ás visitas aos arquivos estatais atrás das decisões dos governantes, dos reis ou dos presidentes. Uma outra história deveria então nascer que abarcasse as mentalidades das épocas passadas, a geografia, o clima, os costumes, a vida cotidiana, e assim por diante.

Entre os extremos


Jacques Le Goff
Seguindo o seu principal mentor, o medievalista Marc Bloch ( fuzilado por militar na resistência francesa à ocupação nazista, em 1944) e dando vazão a sua paixão juvenil, Le Goff, após ter cursado letras em Lille, mergulhou fundo nos manuscritos antigos, nos velhos tratados escolásticos, nos diplomas e pergaminhos, nos rolos veneráveis que guardavam os segredos e as polêmicas do medievo.
Encontrou um outro mundo, bem distante daquela visão cultivada e difundida na França desde os tempos do Renascimento de ser a Idade Média “uma era das trevas”, a dark age dos ingleses. Entretanto, não se inclinou pelo seu extremo: a posição assumida por Chateaubrian, autor do Génie du christianisme, “O Gênio do cristianismo”, de 1802, que, bem ao gosto do romantismo predominante na época da restauração (1815-1830), pintou a epoca das catedrais medievais como uma idade de ouro da cristandade e da vida fraternal.

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2004/07/05/001.htm

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